Uma corrente solidaria.
- Claudio TA Carneiro
- 5 de mar. de 2017
- 2 min de leitura

Vimos passando maus bocados já há muito tempo.
Costuma-se atribuir aos últimos 3 anos de recessão a origem de todos os males atuais.
Eles tem muito a ver com isso, é verdade, mas não encerram, em si, toda a culpa.
Precisamos nos reinventar. Precisamos de uma profunda reengenharia. Mudar profundamente muitos de nossos hábitos.
Nesses tempos de crise profunda por que passamos, com desemprego recorde, quebra de empresas, retração brutal da atividade econômica dentre outros malefícios, transparece nitidamente o desperdício de recursos a que nos acostumamos diria, culturalmente.
Ouço falar de um lado, de uma empresa que está encerrando suas atividades, porque não tem demanda suficiente para seus serviços, causando-lhe, consequentemente, prejuízos operacionais recorrentes. Terá que desmobilizar investimentos, demitir funcionários, liberar área física e instalações, sofisticadas, que implementou. Recursos físicos e financeiros irão para o ralo.
De outro lado sabe-se de alguém que acaba de decidir empreender um negócio que, entretanto, necessita de uma área física e instalações sofisticadas para operar mas cujo investimento, no momento, lhes e proibitivo.
Com um pouco de criatividade, imaginação e abertura mental poderia estar aí a oportunidade de uma verdadeira parceria. Porem assistiremos o fim de uma atividade e a morte prematura de outra.
Perdem-se investimentos, empregos e iniciativas são frustradas.
Isso é uma constante na nossa práxis empreendedora.
Faltam organismos que assumam essa tarefa embora existam no cenário institucional brasileiro. Todos já ouviram falar do SEBRAE, FIESP, para citar alguns.
Nenhum desses órgãos, entretanto, focaliza a situação dessa ótica de complementaridade. Suas iniciativas focam, via de regra, somente um dos lados da questão incorporando, obrigatoriamente, o aporte de recursos advindos de bancos públicos ou privados. Estes como se sabe se orientam pela lógica da estratosférica taxa de juros vigentes e, assim, paralisam as iniciativas.
E um círculo vicioso. Um looping. Se extrapolarmos o modelo sugerido constataremos uma imensidão de recursos desperdiçados. Uma fantástica perda de recursos. Uma incompreensível queima de insumos produtivos.
E assim vimos vindo, não somente nos últimos 3 anos mas, de há muito tempo. Tanto tempo que já incorporamos a nossa cultura.
Quem vai nos tirar dessa sinuca de bico? Quando voltaremos a ter condições estruturais de investimento?
Aceitam-se sugestões.
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